Cheiro de Saudade
Incrustada no seio do Vale São Lourenço, uma pequena pérola
que resplandecia a luz do sol e que ganhava doces tons de mistério quando
banhada pelo lume da Lua Cheia.
A lojinha, primeira da cidade, conhecida como Benedito Verdureiro,
vendia um pouco de tudo: roupas, comidas, chinelos, bebidas, brinquedos e ate
um pouco de sonhos. Sonhos daqueles que não possuíam nenhum cruzeiro, mas uma
família faminta para sustentar.
Foi em 1973 quando a rodovia sinuosa e traiçoeira dividiu em
duas partes a pequena pérola que tinha seus tamanhos limitada praça até a ponte
que era feita de tábuas. Até os anos 70 utilizava-se uma pequena canoa para se
locomover ate a cidade vizinha. Somente nos meados 70, foi construída a ponte
de concreto para facilitar o transporte que como pequenas formigas iam e vinham
transportando o progresso em seus pés de borrachas.
No final das tardes as costureiras se reuniam numa casa, a
mais perto da ponte, para prosear enquanto as crianças brincavam de pique esconde,
disfarçados pelas sombras da noite que não guardavam os perigos que nos ronda
hoje...
Posso ate sentir ainda o cheiro do pão quentinho e do leite
na garrafa que seu Antonio nos levava a toda manha montado na sua pequena
bicicletinha vermelha com imensa sexta de pães à frente e um velho engradado
com garrafas de leite atrás
As plantações de mandioca que rachavam o chão e exalava o
cheiro da terra fértil... Galinhas soltas, ciscando a relva seca... Grandes pés
de alface, couve e cebolinha que enfeitavam a terra e celebravam a vida
saudável, que outrora... o progresso não deixava voltar
Aluno: Douglas Rodrigues da Silva Filho
Serie: 8 ANO A
Professora: Lucineia Gouveia
Entrevistado: João e Iolanda
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